A ocupação da região começou nos tempos coloniais com plantações de hortaliças que eram cortadas pelo Rio Catumbi. Para os antigos indígenas que ali moravam, Catumbi significava rio sombreado, ou rio que corre no meio das folhagens. Das plantações da era colonial desenvolve-se o bairro de divisas com Santa Teresa, Estácio e Rio Comprido. Tornou-se mais tarde refúgio da nobreza no séc. XIX e chegou até a ser citado algumas vezes pelo escritor Machado de Assis, como em Memórias Póstumas de Brás Cubas.
A paisagem do Catumbi começou a mudar quando foram realizados aterramentos e erguidos na sua região dois marcos arquitetônicos da cidade do Rio: o primeiro cemitério a céu aberto (o de São Francisco de Paula) e a Casa de Correção, o primeiro presídio do Brasil. Já no séc. XX, o bairro foi drasticamente alterado para facilitar o acesso viário da cidade, com a construção do túnel Santa Barbara e a abertura do túnel de acesso à Av. Henrique Valadares. Mesmo com a maciça desapropriação de imóveis e com a povoação dos morros ao redor, ainda hoje algumas de suas ruas mantêm a tranquilidade dos tempos de outrora.
O mais antigo presídio do Brasil foi erguido em 1850 com o nome de Casa de Correção da Corte, que se transformou ao longo de 150 anos em oito pavilhões – onde estiveram encarcerados presos famosos, como Graciliano Ramos, Luís Carlos Prestes, Olga Benário, Mario Lago e Nise da Silveira. Desativado desde 2006, foi implodido em 2010 e em sua área foi construído um conjunto habitacional.
Créditos da Imagem: Thiago Diniz
Foi inaugurado em 1984 para substituir o monta-desmonta das arquibancadas de ferro para o desfile das escolas de samba do Rio. De autoria do arquiteto Oscar Niemeyer, marcou a divisão dos desfiles em duas noites e em espetáculo voltado para transmissão de TV. Mudou seu nome para "Passarela do Samba" e depois para "Passarela Professor Darcy Ribeiro”. Popularmente a obra é mais conhecida como "Sambódromo", que foi um termo cunhado pelo próprio Darcy.
Créditos da Imagem: www.rioviaje.com.br
Os Saletinos estabeleceram um santuário no Catumbi, onde fundaram uma paróquia em 14 de abril de 1914, sob o título de Nossa Senhora das Dores da Salette. Sua fachada é marcada pelo estilo gótico, com arcos floreiros externos e internos. Com a ajuda da paróquia, ali se formou a 1º associação de moradores do Rio, nos anos 60, para conter a desapropriação que assolou nessa época 2/3 do bairro.
Créditos da Imagem: Thiago Diniz
Primeiro cemitério construído a céu aberto destinado a não indigentes, com a finalidade de pôr fim ao hábito medieval de sepultamentos no interior das igrejas. O São Francisco de Paula foi o destino final de boa parte dos nomes da história brasileira do século XIX. Entre as personalidades que foram ali sepultadas, estão Ataulfo Alves, Ismael Silva, Wilson Batista, Catulo da Paixão Cearense, Teófilo Ottoni, Duque de Caxias, Baronesa de Sorocaba, Marques de Olinda e Visconde de Mauá.
Créditos da Imagem: Thiago Diniz
Anteriormente denominado Catumbi-Laranjeiras, foi construído para fazer a ligação entre Botafogo e a Av. Presidente Vargas. Iniciada em 1947, a obra sofreu vários percalços, inclusive um desabamento que vitimou operários, e só foi concluída em 1963. Tinha um painel de azulejos, pintado pela artista Djanira, dedicado à Santa Bárbara – que hoje está restaurado no Museu Nacional de Belas Artes.
Créditos da Imagem: André Gomes de Melo
Dois chafarizes erguidos com o objetivo de canalizar as águas do Rio Comprido ainda estão de pé no bairro: o do Lagarto, erguido em 1786 na encosta do morro Paula Matos, que causou polêmica entre a população que não entendia o porquê da escolha de um bicho “feio e maldito que representava a figura do demônio”, e o do Catumbi, construído em forma de torre praticamente ao lado do Lagarto, para aumentar o volume de águas trazidas à Rua do Conde (atual Frei Caneca, em frente ao Batalhão da PM).
Créditos da Imagem: Thiago Diniz
Faz parte da história dos judeus cariocas e da cultura judaica da cidade. Na época de sua construção, em 1925, a região da Praça Onze era um dos maiores redutos da comunidade no Rio. Não é um templo de culto e hoje só abre só para as grandes comemorações israelitas como Rosh Hashaná e Yom Kippur, e também para visitação turística do Museu Judaico.
Créditos da Imagem: www.morasha.com.br
Foi um sambista da região, Ismael Silva, que cunhou o termo Escola de Samba e ajudou a fundar a primeira escola que se tem notícia, a Deixa Falar, em 1928. A ideia era que os participantes pudessem dançar e ao mesmo tempo evoluir ao ritmo do samba. Assim, modificou-se a forma como até então os blocos carnavalescos desfilavam. O samba se distanciou do maxixe e se aproximou da marcha. O Catumbi naquela época já era um reduto tradicional em que o Bafo da Onça, o Vai-Quem-Quer, os Zapatas e o União dos Caçadores se confrontavam e então serviram de inspiração para o surgimento do desfile das escolas de samba. O primeiro campeonato ocorreu oficialmente em 1932, e a partir daí as pequenas agremiações cresceram e passaram por outras avenidas até se fixarem no local onde foi erguido o Sambódromo, em 1984.
O bairro que viu Pixinguinha nascer, criou Jorge Ben e deu abrigo a Ataulfo Alves e Ismael Silva também foi lar de Moreira da Silva até seus 98 anos de idade. Mais conhecido como Kid Morengueira, Moreira usou a malandragem como marketing pessoal e valorizou o breque, estilo que introduzia versos falados no decorrer do samba, isso nos anos 30, bem antes das versões norte-americanas mais recentes do rap e do hip hop.
Loja de bebidas, frios e laticínios do bairro. É como uma delicatessen, com mais de 10 anos no mercado.
Endereço: Rua do Catumbi, 71 - Catumbi
Telefone: (21) 2273-5223
Créditos de Imagem: Google Street View
Fundado em 1989, o grupo afro tem origem no morro da Mineira, no Catumbi. Destaca-se no circuito municipal de manifestações artísticas de origem negra e desfila no carnaval do Rio. Realiza ensaios na sede da Federação dos Blocos Afro do Rio, na Lapa, e também realiza concursos e apresentações na quadra da escola de samba da Estácio de Sá.
Endereço: Av. Salvador de Sá, 206-208 (quadra da GRES Estácio de Sá) - Catumbi
Telefone: (21) 2215-6935
Site: tinyurl.com/afrocultural
Créditos da Imagem: Joyce Enzler
Sede e ateliê do coletivo Filé de Peixe, que organiza intervenções urbanas para (re)sinalizar poeticamente o bairro do Catumbi a partir de sua história artística e cultural, além de oferecer oficinas, palestras e cursos de fotografia.
Endereço: Rua Valença, 17 (fundos) - Catumbi
Telefone: (21) 99456-8149
Site: www.coletivofiledepeixe.com
Créditos da Imagem: Coletivo Filé de Peixe
É no Catumbi que se instalou a fábrica de salgados com receita trazida de Buenos Aires pelo chef e dono da marca, Daniel Santiago, que revende suas empanadas para mais de 100 famosos restaurantes da cidade.
Endereço: Rua Itapirú, 1480 - Catumbi
Telefone: (21) 2504-0700
Créditos da Imagem: www.donsantiago.com.br