Trajetória de pioneiro do cinema é revista no livro 'Paschoal Segreto'
Por Rolé Carioca,
No segundo #RoléCarioca de 2019 teremos uma aula a céu aberto sobre cinema! Um dos pioneiros que fizeram história no roteiro que passa pelos antigos cinemas do Rio foi o empresário de origem italiana Paschoal Segreto (1868 – 1920). Ele foi responsável por empreendimentos que deram início à exibição de películas em um local fixo e também fomentou a produção inicial de filmes na cidade, segundo relata o historiador e guia do Rolé William Martins em seu livro “Paschoal Segreto".
“No Rio de Janeiro foi Paschoal Segreto quem viu no cinematógrafo uma possibilidade de investimento. Em sociedade com José Roberto da Cunha Sales, montou a primeira sala de exibição permanente do país em uma das principais ruas da cidade, no número 141 da Rua do Ouvidor”, conta William. No dia 31 de julho de 1897, aconteceu a inauguração do Salão de Novidades Paris no Rio, destinado, embora não exclusivamente, ao cinema. No dia posterior à abertura, jornais da época descreveram a exibição de “maravilhosos quadros de fotografias animadas, reproduzidas pela importante máquina Vitoscópio Super-Lumiére, a primeira até hoje vinda a América do Sul.”
Em seu livro, William destrincha como Segreto foi arrojado ao investir em cinema, até então uma novidade no final do século XIX, ao mesmo tempo em que já tinha negócios bem estabelecidos de entretenimento na cidade - era proprietário de tradicionais cafés-concerto, números de variedades e caça-níqueis. Além de importar maquinários e películas, o ‘Ministro das diversões do Rio’, como Paschoal ficou conhecido, passou a produzir filmagens para serem exibidas em sua sala de projeção. Na época, as cenas exibidas eram gravações da vida política nacional e de movimentações de ruas, praças e largos – filmes roteirizados e com atores só apareceram mais tarde.
A pesquisa de William revela que Paschoal e seu irmão, Afonso, foram os principais produtores cinematográficos do país da virada do século, sendo responsáveis, no período de três anos, por mais de sessenta filmes. Depois, Segreto teve mais sucesso no teatro, e outros empresários tomaram seu lugar no cinema. “Dentre eles Jacomo Staffa, Marc Ferrez e, o mais destacado, Francisco Serrador, que depois de ter iniciado seu negócio em Curitiba, foi para São Paulo, montando mais de 400 salas de exibição na capital e no interior, dirigindo-se, afinal, para o Rio de Janeiro”, aponta o professor William Martins, que também conduzirá o passeio do Rolé pelos cinemas históricos do centro do Rio.
“Paschoal Segreto” – Ministro das Diversões do Rio (1868 – 1920)
Autor: William Martins. Editora Autografia (250 págs)