Presente praticamente em todos os roteiros do #RoléCarioca desde 2015, a baiana Mary Alves não deixou de comparecer ao Rolé Visita - Museu Aeroespacial, marcado bem no dia do seu aniversário. Comemorar os “6.8”, como ela diz, foi um motivo a mais para realizar a atividade programada dentro do museu do Campo dos Afonsos, ao lado da filha, do neto e dos amigos que fez no Rolé ao longo desses anos. Mary e o professor-guia do Rolé Maurício Bertola, que fazem aniversário no mesmo dia, ganharam de presente um “parabéns” coletivo dos cerca de 330 participantes do Rolé Visita.
O grupo que acompanhou a aniversariante nunca tinha visitado as dependências do museu, inaugurado em 1976 onde foi a antiga Escola de Aviação da Aeronáutica – com exceção da filha Gisele, que conheceu o espaço durante uma solenidade de formatura de aviadores. Para chegar de trem e ônibus até o Jardim Sulacap, todos acordaram cedo e seguiram o ‘bonde’ formado na Central do Brasil.
No Musal, a turma pode apreciar de perto as peças tridimensionais de grande porte que fazem parte do acervo – entre elas helicópteros, bimotores, cargueiros e outros tipos de aeronaves que despertaram a curiosidade no pequeno Nicolas, neto de Mary. Segundo a mãe, Gisele, ele ficou mesmo curioso pelos aviões de caça - o museu permite que se conheça por dentro alguns modelos, sendo um deles um Mirage da FAB.
Desde que descobriu o Rolé Carioca pelo Facebook, Mary agenda encontros aos domingos com outros rolezeiros. Dos roteiros que fez, lembra com carinho dos dois realizados em Santa Teresa, um saindo do Largo das Neves e outro do Largo do Curvelo, o de Santa Cruz (“que ficou devendo a visita ao hangar do Zeppelin”) e o que teve início na Praça da Bandeira– e que, na opinião dela, poderia ser repetido, com a visita ao Palacete da Laguna. Quem sabe no aniversário do ano que vem?
"Agora a Praça da Bandeira é um polo gastronômico. Quando o Aconchego Carioca começou, em 2002, não existia nenhum bar aqui. Eram poucos restaurantes, como o Rampinha, o chinês Primeira Pá e alguns de comida a quilo. Abri o bar junto com meu ex-marido (e irmão da minha sócia Kátia Barbosa) aqui porque era diretora de uma escola da região, o Colégio Estadual Antônio Prado Junior, e queria administrar o bar, enquanto ele cozinhava. Mas a gente pensava diferente e, pra evitar conflito, comprei a parte dele no negócio.
A Kátia já estava trabalhando conosco e ficou comigo. Ela vestiu tanto a camisa e carregava o bar nas costas que passei uma participação para ela quando nos mudamos para o sobrado que ocupamos na esquina da Barão de Iguatemi, em 2009. Originalmente, o sobrado era um bar, da Dona Maria, bem tradicional, até ficar fechado durante muito tempo. Conseguimos alugar primeiro a esquina e, com o tempo, ampliamos para o conjunto todo. Aí foram abrindo outros bares na rua e agora tem muita coisa por aqui. Melhorou bastante.
Sou descendente de italianos e portugueses, mas sempre gostei de comida nordestina. Kátia e meu ex-marido são filhos de pernambucanos, então juntou a fome com a vontade de comer! rs. Unimos a família e o gosto por esse tipo de comida. A origem do bar era comida nordestina com decoração nordestina. Hoje ampliamos e oferecemos um cardápio mais amplo, de comida brasileira. O bolinho de feijoada continua nosso carro chefe.
A princípio, a clientela era da região. Na medida em que a gente foi participando de eventos como “Comida di Buteco” e “Rio Botequim”, outros públicos nos descobriram. Domingo temos um fluxo de torcedores que vão para o Maracanã. Também recebemos turistas quando vão ao estádio, mas a unidade do Leblon é mais acessível para esse público.
Indico aqui perto os bares especializados em cervejas especiais da Praça Varnhagen. Na nossa rua, o Bar da Frente, que era onde o Aconchego funcionava originalmente e a comida é muito gostosa, vale a pena. Tem também o Botto Bar, com 20 torneiras de chopp, de excelente qualidade."
Moradora do Maracanã, a professora aposentada Rosa Angeli Ledo é a empresária por trás do Aconchego Carioca e, juntamente com a chef Katia Barbosa, já abriu filiais do bar no Leblon e em São Paulo
Em tempos de discussão sobre a relevância da promoção da cultura pelo governo, o #RoléCarioca sugere o documentário "Meu Lugar de Origem", que retrata a história da Escola Nacional de Circodesde seu surgimento em 1982 até a volta da instituição para a Praça da Bandeira em 2012.
O longa do diretor Thiago Valente mostra um panorama sobre os trabalhos da escola federal de circo, em paralelo com a história política do país, e terá exibição no Canal Brasil dia 21/5, às 10h.
Criada como a primeira do gênero na América Latina, a academia foi um dos maiores projetos da Secretaria de Educação na década de 80. Promoveu a manutenção dessa manifestação cultural e influenciou o movimento do circo contemporâneo no Brasil, atraindo interessados de diferentes lugares do Brasil, além dos artistas de picadeiro e de famílias de tradição circense.
O filme relembra ainda que a continuidade da escola esteve ameaçada durante o governo de Fernando Collor de Mello, quando vários órgãos culturais foram fechados. Outro período de dificuldade foi a transferência da Praça da Bandeira para a região da Leopoldina, durante as obras da linha 2 do metrô do Rio.
“Moro na Rua Barão de Ubá há 20 anos. A Praça da Bandeira tem seus encantos e está no centro de tudo no Rio. A região ficou estigmatizada como um lugar que, quando chove, vai ter enchente. Depois das obras, nunca mais encheu. A revitalização da Praça trouxe novas empresas pra cá. Agora temos muitos bares no entorno, mas o número de atrações para os moradores ainda é reduzido. Nem todos têm poder aquisitivo para frequentar as novas casas.
Uma das coisas que mais me emociona é o Bloco Amigos do Wilson Alicate, que organizamos bem perto da Praça da Bandeira, na Rua São Valentim. É um bloco que concentra mais não sai e acontece sempre no 1º sábado de Carnaval. Nossos vizinhos, pessoas mais idosas, pedem pra gente fazer mais dias. Porque tem hora pra acabar e não pode passar daquele horário. Quando acaba, conforme vai finalizando, chamo no microfone e peço ajuda pra todos recolherem o lixo. Juntamos e amarramos tudo em sacos. Os garis dizem que não veem coisa assim, o próprio bloco recolher o lixo. Só que os blocos não têm atividade o ano inteiro, então precisamos de alternativas para apresentar o samba do Wilson. Hoje em dia faço eventos mais privativos, na vila onde moro.
Porque a ideia do Centro Cultural era ter um espaço para resguardar a obra do Wilson Moreira e também ser um lugar pra ele receber os amigos. Depois que ele sofreu um derrame, passou um tempo convalescente e ficou mais difícil fazer shows. E ele ficou triste. Quase ninguém vinha até aqui na Praça da Bandeira porque ‘podia chover’. Abrimos o centro com apoio da prefeitura em 2011 e fechamos agora pelos custos envolvidos, principalmente com o aluguel. Já trouxemos pra cá mais de 40 artistas, da velha e nova geração: Monarco, Nei Lopes, Noca, Nelson Sargento, Pedro Luís, Fabiana Cozza e Roberta Sá. Buscamos alternativas com a subprefeitura da Tijuca e estamos pleiteando arrendar um outro espaço.
Em 2016, o Wilson Moreira faz 80 anos e programamos vários lançamentos. Já temos todas as bases gravadas do novo álbum, dependendo de apoio para a finalização. Como parte do tributo, odocumentário “Wilson Alicate” está sendo gravado por Germano Fehr - o "Alicate" é um apelido que deve-se ao forte aperto de mão que ele dá. Vai ter também um songbook só com músicas infantis, que inclui uma biografia em quadrinhos e algumas partituras. São todas inéditas, composições do Wilson para crianças, sem parceiros, com trechos do cancioneiro infantil no tom do samba dele. Ele sempre foi muito ativo, não fica sem compor. Neste sábado, dia 14, é a atração do Mafuá do Quintal junto com Carlinhos 7 Cordas, uma festa em homenagem ao dia da abolição da escravatura, com 2 negros de cabelo branco, 2 ‘pretos velhos’, simbolizando a liberdade e a sabedoria! O Mafuá fica na rua Guilhermina 771- Abolição.”
Companheira e produtora de Wilson Moreira, Ângela Nenzy trabalhou como pesquisadora musical do MIS - Museu de Imagem e do Som e dirigiu o Centro Cultural em homenagem ao compositor.
O compositor e melodista é autor de sucessos marcantes nas vozes de Alcione, Clara Nunes, Beth Carvalho, João Nogueira, Elizeth Cardoso, Leny Andrade, Zeca Pagodinho e Roberto Ribeiro. Suas composições, que incluem samba, jongos, lundus e ijexás, foram gravadas também pelos grupos Fundo de Quintal, Sururu na Roda, Casuarina e Galocantô. Com parceiros do quilate de Grande Otelo, Nei Lopes, Carlos Cachaça e Candeia, Moreira produziu as canções "Gostoso Veneno", "Goiabada Cascão", "Senhora Liberdade", "Mel e Mamão com Açúcar", "Judia de Mim", "Coisa da Antiga" e "Quintal do Céu". Criado no subúrbio carioca de Realengo, é um dos fundadores da Mocidade Independente de Padre Miguel. Em 1968, passou a integrar a Portela, escola azul e branco de Oswaldo Cruz e Madureira. Na década de 1970, ao lado de Candeia e Nei Lopes, fundou o Grêmio Recreativo de Artes Negras e Escola de Samba Quilombo, em Coelho Neto. Acompanhe o perfil oficial no Facebook : https://www.facebook.com/WilsonMoreiraOficial