Alguém se lembra como o #RoléCarioca começou pelas histórias do Rio? A ideia inicial surgiu em 2010, a partir de uma Mostra de Intervenções Urbanas idealizada e desenvolvida pelo estúdio M’BARAKÁ. O evento foi chamado “A Voz do Povo” e transformou estátuas em celebridades e as antigas pilastras da Praça XV em murais gigantes. Daí para o modelo de passeios-guiados que valorizam a história e a memória associadas a lugares bem cariocas foi um pulo.
Entre os dias 14 e 16 de maio, uma experiência semelhante foi realizada em terras baianas, no Largo do Campo Grande, de Salvador. O “Sinto: experimentando a cidade” tem a proposta de ser uma mostra de intervenções urbanas semestrais de alunos da Escola de Belas Artes da UFBA, só que fora dos muros da instituição. Funciona como parte complementar das atividades dos estudantes de Expressão Tridimensional III, sob coordenação do professor Cristiano Piton. No evento, os alunos puderam realizar montagens das ações idealizadas em sala de aula no Largo e expandir essas ações realizadas nas ruas, por meio de registros digitais em vídeo, fotografia e gravação de áudio. Curioso? Veja tudo o que rolou no Instagram @sinto071
Uma ótima notícia para o desenvolvimento e a difusão do #RoléCarioca! Entre os dias 16 e 23 de setembro, a idealizadora do Rolé e diretora da M´Baraká Isabel Seixas está participando do programa “Cities, Cultural Heritage and Digital Humanities”, uma iniciativa do Instituto Politecnico di Torino, na Itália. O trabalho realizado pela plafatorma do Rolé Carioca, de mapeamento e difusão da memória da cidade do Rio de Janeiro, foi aprovado neste programa de especialização internacional que acontece na cidade de Turim.
O objetivo do treinamento é obter conhecimentos interdisciplinares que contribuam para o desenvolvimento do projeto e sua conversão em ambientes digitais contemporâneos, como explica Isabel Seixas: “Nós do Rolé Carioca temos o maior interesse em aplicar novas formas de virtualização dos conteúdos do projeto. Para tanto, estamos sempre em busca de novos usos e aplicações para a base de dados que temos hoje”.
Somando todos os roteiros realizados entre 2013 e 2017, o Rolé Carioca possui um total de 250 pontos mapeados, com dados relativos não somente às edificações, mas também de eventos históricos, hábitos e costumes, personagens e mesmo vivências relacionadas aos bairros. “O conteúdo do Rolé é muito representativo para a construção da história e memória social, histórica e afetiva, considerando as dimensões sociais, culturais e naturais da cidade do Rio de Janeiro”, conclui Isabel.
O programa “Cities, Cultural Heritage and Digital Humanities” está em sua 2ª edição e é parte do Projeto de Conexão Internacional sobre Humanidades Digitais e Patrimônio Cultural desenvolvido pela POLITO e pela UCLA. O programa de 2018 é co-organizado pelo Politecnico di Torino (POLITO), Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), École des Hautes Études em Ciências Sociais, Paris (EHESS), e da Associação Italiana de História Urbana (AISU).
O curso de verão recebe estudantes e profissionais em um programa intensivo de pesquisa-treinamento interdisciplinar sobre abordagens digitais para cidades como espaços físicos, arquitetônicos, econômicos, políticos e sociais, além de sua história e impacto contínuo. É destinado a melhorar a compreensão do patrimônio urbano no contexto das camadas urbanas. Em 2018, o foco da especialização é proporcionar aos participantes uma ampla compreensão da interação necessária entre diferentes formas de conhecimento e prática dentro da história urbana, bem como introduzir habilidades digitais.