Oficialmente não existe o bairro do Maracanã. Maracanã é o rio que desce do maciço da Tijuca e circunda o estádio que, quando foi inaugurado para a Copa do Mundo de 1950, era o maior do mundo. Outros rios ainda (o Joana, o Trapicheiros e o Rio Comprido) desaguavam na região, deixando-a permanentemente alagada boa parte do ano. Até a abertura das ruas a região era um grande, caudaloso e inóspito mangue. As obras de urbanização século XIX, a canalização dos rios e a passagem da linha férrea trouxeram novos residentes para a vizinhança (Tijuca, Aldeia Campista e Vila Isabel) e, junto com eles, o estabelecimento de uma área para o lazer – um grande gramado para o esporte da moda da época: o turfe, baseado em apostas e corridas de cavalos.
Foi somente durante o Estado Novo que se desenhou a construção de uma arena esportiva que demonstrasse a grandeza do Brasil e do “melhor futebol do mundo”. Um verdadeiro colosso para 200 mil pessoas ocuparia parte do terreno deixado pelo Derby Club. O estádio nasceu ufanista, bem ao lado de um prédio inacabado que se tornaria a Favela do Esqueleto – antes de ser desalojada para dar lugar a UERJ. Hoje, a Praça da Bandeira, um lugar onde se passa e não se para, esconde pequenas ruas arborizadas e recantos de outrora sob vias expressas e viadutos. Uma nova boemia emerge como o Novo Maracanã (rico, bonito, organizado), mas que ainda deixa saudade nos antigos frequentadores.
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A construção específica do espaço veio com o chamado PUB Rio (Plano Urbanístico Básico do Rio de Janeiro), organizado durante os anos de 1970 e 80 como forma de melhorar a integração da cidade, e transformou-se com as remodelações da Radial Oeste, Trevo das Forças Armadas e a estação Praça da Bandeira. A ideia nacionalista era que uma praça e a Bandeira criavam a nova passagem para o progresso nacional.
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A múltipla cultura urbana do Rio pode ser contada no entorno deste pequeno bar, abrigado em um casarão em uma rua sub-utilizada desde as obras do metrô e do trem. Bem ao lado de uma das regiões mais famosas de prostituição do Rio de Janeiro, a Vila Mimosa, desenvolveu-se parte do movimento underground carioca, um micro gueto urbano, frequentado até hoje por motoqueiros e roqueiros, além da nova geração que curte um funk / twerk/ bass / dancehall / cumbia.
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Fica num ponto tradicional de armação de circos no século 19 e início do século 20, já que era uma área descampada e com facilidade de acesso. A escola criada em 1982 por Luis Olimecha e por Orlando Miranda promove a formação e o aperfeiçoamento de artistas e grupos nas artes circenses e atende 200 alunos, profissionalizado uma atividade até bem pouco tempo considerada marginal no Brasil.
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O casarão localizado numa bucólica ruazinha homenageava o compositor Wilson Moreira, nascido em Realengo e um dos fundadores da Mocidade Independente de Padre Miguel. Autor de “Deixa Clarear”, “Judia de mim”, “Mania da gente” e “Alô Gatinha”, criou o Grêmio Recreativo Artes Negras e a Escola de Samba Quilombo, ícones de um movimento negro popular e aguerrido.
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Foi implantado por um dos maiores educadores do país, Anísio Teixeira, que propôs as bases do que seria um Plano Nacional de Educação e transformou a antiga Escola Normal em Instituto de Educação em 1932. Hoje, o ISERJ continua focado em Pedagogia e também na formação em Turismo e Informática, e não é mais uma escola idealizada para meninas que teriam suas instruções, começariam a trabalhar e abandonariam a carreira ao se casar.
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Erguido no século XIX, o casarão de fachada rosa da rua General Canabarro pertence ao Exército. Ganhou este nome em 1950 em referência à Batalha da Laguna na Guerra do Paraguai, um momento controverso nas relações Brasil – Paraguai. Segundo relatos, o comandante das tropas brasileiras, apesar de vitorioso num primeiro momento, enfrentou forte resistência paraguaia e foi obrigado a uma retirada – em que apenas 700 homens teriam sobrevivido.
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Embora tenha recebido o nome de Mário Filho, irmão de Nelson Rodrigues e fundador do Jornal dos Sports, nunca deixou de ser Maracanã. Foi construído para que o Brasil se tornasse sede de um Mundial de futebol, porém, o primeiro campeonato do mundo só viria 8 anos, na Suécia. Uma alegoria que deveria representar todos os jogadores brasileiros que venceram a Copa de 58 foi colocada na porta do estádio e passou para posteridade como Bellini, o capitão alvo e alto do time, que levantou a taça.
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A história da UERJ começa em 1950, com a fundação da Universidade do Distrito Federal (UDF), que se espalhava por um conjunto de prédios por toda cidade até ser finalmente reunida nos grandes blocos de concreto armado ao lado do Maracanã. O campus foi erguido no terreno de um antigo hospital inacabado e ocupado por uma comunidade, conhecida como Favela do Esqueleto, removida para a Vila Kennedy nos anos 60.
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Bem antes do futebol, a grande área ocupada hoje por nosso “Coliseu” já foi palco para outro ícone esportivo europeu: o turfe. Ali funcionou o Derby Club do Rio de Janeiro, fundado em 1885 para sediar competições a cavalo em seus gramados. O grande espaço abrigou corridas, partidas de polo, equitação e competições de salto – até perder popularidade e as provas serem transferidas para a região da Gávea e do Jardim Botânico, em 1932.
Mangue nos primórdios, a área da Praça da Bandeira foi aterrada para melhorar a ligação do centro com as demais áreas da cidade - uma passagem que, até aquele momento, era feita principalmente por rios ou pela Baía de Guanabara. Só que não contavam com a força da natureza e daquela bacia geográfica, que naturalmente inunda no verão e renova as águas da baía. Se a maré estiver alta e a chuva vier com vontade, a tendência é alagar!
Nascimento: Desconhecido
Morte: Não comprovada
Time: Fluminense
Residência fixa: Maracanã
Criado por Nelson Rodrigues em suas crônicas sobre o futebol, este pitoresco personagem foi o ‘inimigo número 1’ de goleiros e atacantes, fazendo uma bola defensável desviar para o fundo da rede. Diante de um contra-ataque mortal, fazia um ponta veloz tropeçar em suas próprias pernas. Tirava a bola cuidadosamente lançada pelo atacante, que ia caprichosamente bater na trave ou rolar pela linha de fundo, para o completo desespero de jogadores.
ENTRE AS DÉCADAS DE 50 E 60, O MARACANÃ VIROU UM DOS PALCOS FAVORITOS DO REI DO FUTEBOL: PELÉ. Foi no estádio que o Santos de Pelé tornou-se bicampeão Mundial de Clubes e também onde o habilidoso jogador, puro talento, bateu o argentino Andrada em seu milésimo gol. Já nos anos de 70 e 80, a casa do Clube de Regatas do Flamengo viu brilhar a “era Zico”. O time rubro-negro ostenta a fama de maior campeão da história do estádio, onde a torcida “mais querida do Brasil” entona a plenos pulmões: “uma vez Flamengo, sempre Flamengo”!
A vocação gastronômica da Praça da Bandeira deve muito ao prestígio da casa da empresária Rosa Ledo e da chef Katia Barbosa. Foi ali que o famoso bolinho de feijoada virou um ícone da gastronomia carioca, na forma de um quitute de massa leve, recheado de bacon frito e couve. O carro-chefe da cozinha pode ser consumido no local ou levado congelado, para fritar em casa. O bar ainda oferece uma carta recheada de cerveja com mais de 100 rótulos e outros acepipes e pratos da culinária brasileira.
Endereço: Rua Barão de Iguatemi, 245
Telefone: (21) 2273 1035
Site:https://www.facebook.com/aconchego.carioca
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Porto Pirata
Bar de conceito vintage, misto de brechó com espaço para festas e exibição de filmes, serve petiscos e drinques ao som de rock, ska e reggae.
Endereço: Rua Lopes de Souza, 24
Tel: (21) 2574-9380
Site: https://www.facebook.com/PortoPirata/timeline
Crédito da Imagem: Facebook Porto Pirata
Local da primeira associação de motoqueiros do Brasil, o Moto Club do Brasil, é uma referência para motociclistas até hoje, pois na área estão as sedes de clubes como Balaios, Carcarás, Desert Eagles e Abutres. Durante o dia, a rua é um ponto de comércio com lojas especializadas em consertos e personalização de motos e lojas de peças e produtos para motociclistas. À noite, o local abriga bares que reúnem grupos de motoqueiros. O mais famoso é o Heavy Duty, conhecido pela programação musical dedicada ao rock e cujo proprietário, Zeca, é também motociclista e integrante dos Balaios.
Endereço: R. Ceará, 104
Telefone:(21) 2567-8890
Site: https://www.facebook.com/heavydutybeerclub/
Crédito da Imagem: Facebook Heavy Duty
Um dos times mais tradicionais do futebol brasileiro, foi sete vezes campeão carioca, sendo a última em 1960, e foi considerado a quinta força do Rio de Janeiro – ao lado de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo. Em 2011, foi rebaixado no Campeonato Carioca e teve que amargar a divisão de acesso por quatro anos consecutivos. O time ainda joga no campeonato carioca, mas sua sede social permanece fechada, aguardando novos investimentos.
Endereço: R. Gonçalves Crespo, 274
Tel: (21) 2569.2060
Site: http://www.americario.com.br/2015/index.asp
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