Laranjeiras tem sua história atrelada geograficamente à do rio Carioca. No século XVII, as águas límpidas atraíram ricos proprietários ao vale anteriormente chamado do Carioca – a denominação “Laranjeiras” só apareceu no século XVIII, quando houve a fragmentação da região formada pela bacia do rio em áreas distintas: Catete, Flamengo e Glória. O território até o Cosme Velho demarcava um pequeno número de chácaras, de função agrícola e residencial. A fama aristocrática do bairro deve-se em parte à presença da princesa Isabel no palacete da Rua Guanabara, atual Pinheiro Machado, na segunda metade do sec. XIX.
Em 1880, a implantação da Companhia de Fiações e Tecidos Aliança na Rua General Glicério deu uma feição industrial às Laranjeiras, com uma vila operária bem ao lado. A área esteve protegida do tráfego de passagem até a abertura do primeiro túnel da cidade, em 1887, no alto da rua Alice e, em seguida, com a realização do corte do Morro Novo Mundo ligando a rua Pinheiro Machado à rua Farani. Obras como a canalização subterrânea do rio Carioca, a abertura dos túneis Santa Bárbara e Rebouças e grandes empreendimentos imobiliários, já no século XX, descaracterizam o bairro das chácaras e palacetes. O novo milênio trouxe de volta o chorinho ao coreto da praça, um charme de antigamente que embala a vivência em Laranjeiras.
Crédito da Imagem: BNDigital
Uma das praças mais movimentadas da cidade, já foi denominada Duque de Caxias e Largo da Gloria, sem nunca deixar de ser conhecida como Largo do Machado – que nada tem a ver com Machado de Assis. A origem mais provável para o nome é que o proprietário do terreno no século XVIII se chamava André Nogueira Machado. Depois, o ponto teria ficado marcado por um grande machado colocado na fachada de um açougue.
Créditos de Imagem: skyscrapercity.com
Não confundir com a Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro! Esta foi concluída em 1872 e, durante algumas décadas, deu nome ao largo localizado em frente. Sua arquitetura assemelha-se à da Paróquia Saint Martin in the Fields, localizada em Trafalgar Square, ao lado da National Gallery, em Londres.
Créditos da Imagem: Leonardo Martins
Construído em 1875, por ordem de D.Pedro II, o edifício é adornado em estilo eclético com vários traços neoclássicos e, a partir de 1939, sediou a Faculdade Nacional de Filosofia. Logo em seguida, passou a abrigar o colégio que teve, entre seus ilustres alunos, o apresentador e dono do SBT Silvio Santos.
Crédito da Imagem: www.rj.gov.br
Durante a década de 20, os jardins projetados pelo paisagista francês Gérard Cochet faziam parte do palacete de Eduardo Guinle – hoje a residência oficial do governador, o Palácio Laranjeiras. Depois a área do parque recebeu intervenções de Burle Marx. Ali está o primeiro conjunto residencial direcionado a elite carioca com traços da arquitetura moderna de Lucio Costa, erguido nos anos 50.
Crédito da Imagem: Leonardo Finotti
Outrora antiga senzala e celeiro de uma fazenda que ocupou o terreno do Parque Guinle durante o Império, o local teve suas baias adaptadas para boxes em 1942, quando Getúlio Vargas decidiu transformá-lo em um mercado de hortifrutigranjeiros para abastecimento da população. Esteve abandonado a partir da década de 60 até ser revitalizado e transformado em centro cultural em 1988.
Crédito da Imagem: Prefeitura do Rio
Fundado em julho de 1902, o clube é considerado o primeiro do país que foi criado especificamente como clube de futebol. Inicialmente, o time utilizava uniforme bicolor, branco e cinza – depois adotaria as três cores que passaram a ser a marca da equipe. Em 1905, a colocação de uma arquibancada definitiva, a primeira do futebol carioca, deu início à construção do estádio localizado em Laranjeiras, inaugurado oficialmente em 1919.
Crédito da Imagem: Nelson Perez
Atual sede oficial do Governo do Estado do Rio, pertenceu à família imperial de 1865 até à proclamação da República, quando foi confiscado e transferido ao patrimônio da União - até hoje, um processo jurídico tenta retomar a posse, por nunca terem recebido indenização pela desapropriação. Foi utilizado pelo presidente Getúlio Vargas como residência oficial durante o Estado Novo. Entre 1946 e 1960, sediou a Prefeitura do Distrito Federal até ser criado o Estado da Guanabara.
Crédito da imagem: Marcelo Horn/GovRio
De uns anos para cá, tornou-se o centro da convivência e da boemia do bairro, marcada pela música ao vivo e também como ponto de concentração para manifestações. Artistas, intelectuais, jovens e famílias mudaram a cara da velha pracinha, que resguarda um belo chafariz da fundição francesa Val d´Osne com escultura de Louis Sauvageau, instalado no local desde 1903.
Crédito da Imagem: Prefeitura do Rio
A origem mais óbvia da denominação Laranjeiras tem relação com extensos laranjais que existiram na área, mas a história é controversa. Historiadores se apoiaram no relato da escritora e pintora inglesa Maria Graham, que retratou a região durante estadia no Brasil, entre 1821 e 1825. No entanto, nessa época, havia muito mais pé de café do que laranjeiras por ali. Além disso, o nome "Laranjeiras” denomina um conhecido bairro em Lisboa, antiga zona de chácaras próximas ao centro da cidade, e pode ter sido empregado no Brasil da mesma forma.
“Nenhum morador da mansão da Rua Guanabara terá tranquilidade enquanto lá viver”. Reza a lenda que um escravo explorado na construção do edifício lançou esta maldição, que os mais supersticiosos comprovam em fatos: a 1ª governante a ocupar o Palácio, a princesa Isabel, foi expulsa com a proclamação da República; a esposa do Marechal Hermes da Fonseca morreu assim que o marido tomou posse e se mudou para o local; o rei Alberto da Bélgica acidentou-se e veio a falecer logo depois de ter se hospedado no palacete; o presidente Washington Luiz foi deposto enquanto ali morava.
“O choro é a alma musical do povo brasileiro”, já dizia Villa Lobos, ilustre morador da R. Ipiranga. E foi no Rio de Janeiro que a primeira música popular urbana tipicamente brasileira surgiu, em meados do século XIX, a partir de interpretações locais de ritmos estrangeiros ouvidos nos salões (valsa, quadrilha, mazurca, modinha, minueto, xote e polca) e nas ruas (batuque e lundu). O diálogo entre esses gêneros, combinado com o virtuosismo de seus intérpretes, originou um novo estilo musical essencialmente instrumental, o chorinho.
Fundado em 1857, foi a primeira escola para surdos no Brasil e atualmente é o centro nacional de referência na área da surdez no Brasil, vinculado ao Ministério da Educação. O INES oferece educação infantil e ensinos fundamental e médio no seu Colégio de Aplicação, atendendo cerca de 600 alunos. Possui vasta produção de material pedagógico, fonoaudiológico e de vídeos em língua de sinais.
Endereço: Rua das Laranjeiras, 232
Site: http://www.ines.gov.br/
Crédito da imagem: Facebook INES
Duas rodas de chorinho merecem ser visitadas no bairro. A da feira da Rua General Glicério começa por volta do meio-dia no sábado e, frequentemente, termina em samba e conta com canjas de sambistas consagrados. Já o Arruma o Coreto da Praça São Salvador acontece aos domingos e tem em sua formação principal Ana (flauta), Mariana (bandolim), Caverna e Mário (pandeiros), Félix, Gilberto, Tábata e Alexandre (violões) e Maria (cavaco). O nome do grupo é uma brincadeira com o bloco de carnaval que acontece na praça, o Bagunça o Meu Coreto.
Na Praça São Salvador - todos os domingos, das 11h às 14h
Na Feira da General Glicério - todos os sábados, a partir das 11h30
Crédito da Imagem: Facebook Arruma o Coreto
Criado em 2012 pelo chef executivo Bruno Magalhães e o produtor cultural Conrado Gonçalves, o bar foi responsável pela revitalização do Mercadinho São José e mudou de endereço em 2017. Serve uma caprichada seleção de cervejas para acompanhar petiscos como a linguiça artesanal de pernil com mini cebolas, batatinhas douradas na manteiga de garrafa e pastéis crocantes.
Endereço: Travessa Euricles de Matos 46
Tel: (21) 3235-6314
Site: https://www.facebook.com/BoteroBar/?fref=ts
Crédito da imagem: Facebook Botero