Em 1889, a propriedade foi comprada pelo Conde de Santa Marinha, que era arquiteto e reformou o local, embelezando o jardim e incorporando novas construções e elementos decorativos conservados até hoje. O imóvel em estilo colonial tem três andares e funcionava como casa de banhos do Conde de Santa Marinha, sendo reinaugurado recentemente para receber exposições temporárias.
O Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro fica dentro do Parque da Cidade, também conhecido como Parque da Gávea. Em 1809, o Marquês de São Vicente, diplomata que dá nome a uma das principais ruas da Gávea, escolheu o terreno para construir sua residência de verão, no casarão que hoje abriga o Museu.
A história do Museu Histórico da Cidade começa em 1934, quando foi fundado pelo prefeito Pedro Ernesto com sede no Palácio da Prefeitura, que ficava na Praça da República. Nessa época, o acervo não era aberto ao público por falta de um espaço adequado. Em 1941, o acervo foi movido para a antiga casa de veraneio do Marquês de São Vicente, mas por pouco tempo, sendo novamente transferido, em 1942, para o Centro Recreativo da Prefeitura, na Praça Cardeal Arcoverde. O Museu finalmente retornou ao Parque da Cidade em 1948. Fechado a partir de 2010 para reformas, retomou suas atividades em 2021.
No Museu da Cidade, estão reunidos mais de 20 mil itens que representam a vida social e cultural do Rio ao longo dos séculos, e que nos ensinam sobre a cidade desde a fundação, tornando a visita parada obrigatória de todo rolezeiro.
Os museus de cidade têm um papel fundamental nas reflexões sobre as relações entre territórios, memória e comunidade. Resgatando e valorizando a história do Rio e suas transformações, o Museu da Histórico da Cidade nos ajuda a entender que a cidade é nossa, que mudamos com ela e que ela também habita em nós. Não existe lugar melhor para celebrarmos os 10 anos do Rolé!
O parque integra uma unidade de conservação ambiental composta por seções de mata atlântica nativa, que se estende até os limites da Rocinha e do Parque Nacional da Tijuca. É repleto de natureza viva, com pista para caminhadas, trilhas e gramados com bastante espaço para piqueniques, ideal para curtir um passeio. É cortado por um córrego que foi represado, formando um lago. No terreno está a casa onde funciona o Museu da Cidade.
A piscina foi feita em 1930 pelo artista português Fernando Correia Dias. Repare nos elementos característicos do Art Déco, que se inspira na arte marajoara e é visível em outros edifícios construídos no Rio entre 1930 e 1940, como os edifícios Itahy e Guahy, de 1932. No local, havia um muiraquitã, um objeto de valor simbólico para alguns povos originários do Brasil, como os Tapajós e os Konduri. Amuleto de sorte, é absolutamente necessário ao herói do primeiro romance antropofágico brasileiro, Macunaíma, de Mário de Andrade.
O prédio abriga a maior parte do acervo do Museu em uma exposição de longa duração, com cerca de 500 peças expostas contando a história da cidade. entre os destaques estão a armadura usada na expedição de Estácio de Sá, obras do Mestre Valentim, maquetes, e obras que retratam a cidade. Na entrada do palacete, está exposta uma foto de Aldemar Coimbra, o primeiro administrador do parque, com uma chimpanzé que vivia no local - é a mãe do famoso Macaco Tião.
Em 1911, a propriedade virou a residência de João de Carvalho Macedo Júnior, mudando de nome para Vila São João. A pedidos de sua esposa, João de Carvalho constrói uma Capela em homenagem a São João Batista. Anos depois, a vida deste Santo foi retratada de forma um tanto quanto excêntrica, em painel que foi considerado uma heresia à época e acabou sendo coberto. Até hoje, a capela continua celebrando missas e é aberta para visitação aos fins de semana.
A princípio, o Parque da Cidade era uma propriedade privada, e depois de muitos usos pela elite carioca, chegou até mesmo a ser cogitado para sediar o zoológico do Rio. Em 1939, a família Guinle repassou o terreno àprefeitura da então capital federal, que converteu a propriedade em parque público. Por sua rica fauna e flora, se tornou uma Unidade de conservação da Mata Atlântica com árvores de pau-ferro, pau-brasil, ipês-amarelos e orquídeas. Os animais também são outra atração à parte: a região é moradia de tucanos de bico preto e macacos-prego, gaviões-pombo, tatus e até jiboias que vivem por lá.
O Museu é cheio de itens interessantes e curiosos, e um deles é a arca das três chaves, que era utilizada no século XVIII para guardar os tributos pagos sobre o vinho. Esse dinheiro foi usado nos investimentos para a construção dos aquedutos de abastecimento de água da cidade, os Arcos da Lapa, que demoraram cerca de cem anos para serem concluídos. Cada uma das chaves ficava com um representante político da época, sendo assim, a arca só poderia ser aberta na presença dos três.
Em 1972, a Capela recebeu um painel do pintor baiano Carlos Bastos, que conta a trajetória de vida de São João Batista. O curioso deste painel é que ele não pode mais ser visto. O motivo? O pintor retrata imagens sacras utilizando diversas personalidades como Dorival Caymmi, Jorge Amado, Gal Costa, Pelé e outros. Considerada uma heresia na época, a obra foi coberta e hoje só podeser vista em raros registros fotográficos.
Pertinho do Museu da Cidade fica a Rocinha, considerada a maior favela do Brasil. O Museu Sankofa Memória e História da Rocinha surgiu em 2008, por interesse dos moradores em resgatar a memória da favela, propondo uma reflexão sobre a história desse território. Colaborativo e itinerante, o Museu Sankofa tem a plataforma www.memoriarocinha.com.br, que é aberta para contribuição de imagens e depoimentos dos moradores e dentre outros materiais também é possível ver imagens da Rocinha ao longo do tempo.