O título da exposição imersiva “Aos Heróis da Liberdade” é inspirado no samba-enredo de 1969 da Escola de Samba Império Serrano, o qual teve versos censurados pela ditadura civil-militar. Através do acervo com instalações sonoras, audiovisuais e cenográficas que integraram os desfiles das escolas de samba, é possível interagir e aprender sobre a história social do samba que está vinculada a luta pelo combate ao racismo e a valorização da cultura afro-brasileira.
Foto: Thiago Diniz
A exposição aborda a vida e as obras de Angenor de Oliveira, o Cartola, sambista, cantor, compositor e uma das principais personalidades da história da música popular brasileira. Cartola nasceu no bairro do Catete em 1908 e comparecia a ranchos carnavalescos desde a infância. Ao mudar-se com a família para o Morro da Mangueira a partir de 1919, passou a frequentar as rodas de bamba e foi um dos principais responsáveis pela fundação da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira em 1928.
Foto: Thiago Diniz
A exposição apresenta a vida e as obras de Euzébia Silva do Nascimento, a Dona Zica, que além de ter sido a última esposa de Cartola, musa de muitas de suas composições, representa principalmente as muitas mulheres negras que lutaram pela conquista da cidadania e lideram a vida familiar e comunitária.
Foto: Thiago Diniz
A exposição traz um panorama sobre a relevante contribuição das mulheres para o desenvolvimento do samba e do carnaval, através de diferentes estratégias cotidianas de acolhimento e sociabilidade, do trabalho das Tias do século passado até às ações de costureiras, carnavalescas, dirigentes, aderecistas, cantoras e compositoras, entre tantas outras que exercem funções essenciais para manter viva a tradição do samba.
Foto: Thiago Diniz
No início do século XX, a perseguição ao samba ocorria também através da imprensa. Grandes jornais recebiam e publicavam na seção de “reclamações” cartas de leitores denunciando rodas de samba, em diferentes partes da cidade. Os relatos indicavam a reunião de negros caracterizados como arruaceiros e pediam intervenção policial.
Em 27 de novembro de 1916, o sambista Donga, registrou a partitura do samba “Pelo telefone” no departamento de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional. A composição é considerada o primeiro samba registrado e gravado. A iniciativa entrou para a história da música popular brasileira, pois resguardou não apenas a autoria, mas contribuiu também para definir os padrões desse gênero musical
Localizada na Praça Onze, a Passarela Professor Darcy Ribeiro, mais conhecida como Sambódromo, foi inaugurada em 1984 como espaço para a realização dos desfiles anuais das escolas de samba do Rio de Janeiro que antes aconteciam pelas ruas do centro da cidade, principalmente nas avenidas Presidente Vargas e Rio Branco. A Estação Primeira de Mangueira foi a primeira agremiação vencedora no primeiro campeonato de desfiles realizado no Sambódromo.
Nos primeiros anos do desfile oficial, entre 1932 e 1939, os sambas cantados pelas escolas eram sambas de terreiro, não precisando ter conexão com o tema apresentado pelas fantasias e adereços. Isso só mudou quando a Portela, em 1939, desfilou cantando “Teste ao Samba”. Enquanto a letra aludia aos professores do samba, os sambistas, fantasiados de estudantes, entregavam diplomas à comissão julgadora. Nascia ali o samba de enredo.
Considerado um dos melhores do cinema nacional e protagonizado por Grande Otelo, o filme Rio, Zona Norte da década de 1950 narra a trajetória de um sambista e as dificuldades que enfrentou na vida junto com as tentativas de obter reconhecimento para o seu trabalho como músico cantor e compositor.
Localizado na Rua Camerino, n° 176, o Quilombo Cultural Casa do Nando é um espaço de encontro e resistência negra no qual acontecem rodas de samba com um cardápio culinário afro-carioca, além de outras atividades culturais e educativas.
foto: Folha de São Paulo
Através de seu site, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) compartilha o Dossiê Matrizes do Samba no Rio de Janeiro com o objetivo de tornar amplamente conhecida e valorizada a história do samba como nosso Patrimônio Cultural.