Patrimonio-imaterial

Área da cadeia do Aljube

Situava-se na rua da Prainha, esquina com Ladeira da Conceição, e, segundo relatos, a cadeia, que teria capacidade para no máximo 20 presos, chegou a abrigar 400, sendo a única cadeia do Rio de Janeiro até 1840. Com a criação da casa de correção (presídio da Frei Caneca), foi desativada em 1856. O prédio veio abaixo em 1906 com o alargamento da rua e a modernização da cidade, no "bota-abaixo" empreendido pelo prefeito Pereira Passos.

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Lazareto da Gamboa / do Valongo

Os lazaretos, em português, eram hospitais isolados para onde os doentes eram enviados com a finalidade de serem tratados isolados do restante da população. Por vezes, o termo leprosário era utilizado como sinônimo para esses estabelecimentos. A região do Valongo em fins do século XVIII e durante as três primeiras décadas do século XIX concentrou a comercialização dos escravizados vindos do tráfico atlântico até 1831 quando foi proibida por lei a entrada de escravos africanos no Brasil imperial. Na região encontrava-se o Cais do Valongo, onde os navios atracavam para embarque e desembarque e O Mercado do Valongo, onde ficavam os barracões, galpões e sobrados onde os escravizados se recuperavam da viagem e aguardavam exibição e venda. Nessas instalações precárias e insalubres, algumas enfermidades eram tratadas com sangrias praticadas por negros barbeiros. Para os escravizados africanos acometidos por doenças infecciosas, a quarentena acontecia no Lazareto da Gamboa, localizado no Monte da Saúde, próximo à região do Valongo. A construção deste espaço é de 1810 e foi realizado por negociantes de escravos que alegavam ser distante e prejudicial para os negócios a localização do lazareto oficial na Ilha do Bom Jesus, de acordo com inventário elaborado por pesquisadores ligados ao LABHOI-UFF (Laboratório de História Oral e Imagem). O Lazareto da Gamboa teria capacidade para manter em suas dependências de uma só vez mil escravos. Os negociantes que o construíram - João Gomes Valle, José Luiz Alves e João Álvares de Souza Guimarães ? recebiam 400 réis por escravo recolhido na instalação, como ressarcimento da despesa que tiveram em sua construção. Hoje o local não existe mais.

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