O bairro da Penha é parte do subúrbio da Leopoldina, como ficou conhecida a zona urbana do norte carioca. A área se desenvolveu no final do século XIX ao longo da ferrovia que interligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais. Bem antes de o trem passar por ali, no século XVII, foi erguida no alto do penhasco uma pequena capela, que depois cresceria, daria nome à localidade e se tornaria ícone dos subúrbios leopoldinenses: a Igreja Nossa Senhora da Penha.
Em 1919, época em que a Festa da Penha concorria com o Carnaval carioca como principal reduto de compositores de samba, o bairro foi emancipado da Freguesia de Irajá. A partir daí transformou-se com novos investimentos: a instalação do Curtume Carioca, a criação de um polo de confecções e a abertura da Avenida Brasil. O progresso trouxe uma massa de moradores que ocuparam desordenadamente imensas áreas rurais desmembradas – hoje a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão. Nos anos 90, a região sofreu com o abandono das indústrias do entorno e com o crescimento da violência. Agora tenta se reerguer em meio a um processo de pacificação.
O bairro recebeu tardiamente, no final do século XIX, uma conexão com a Estrada de Ferro do Norte (Leopoldina). No entanto, o crescimento populacional a partir do século XX fez chegar novas linhas de transporte público, como a do bonde elétrico, e, agora, do corredor do sistema BRT/Transcarioca.
Créditos da Imagem: Google Street View
A indústria de curtumes, peles e comércio de couros e similares, uma construção em estilo art deco implantada na década de 20, foi responsável pela guinada industrial do bairro. Palmeiras imperiais foram plantadas da Estação Ferroviária até a sua porta e resistiram à sua falência, na década de 90, e a posterior demolição. O terreno agora é ocupado por um condomínio residencial, construído junto com a revitalização do bairro.
Créditos da Imagem: Ivo Korytowski
Concluída em 1938, a construção destaca-se na Avenida Brás de Pina, apesar da proximidade com a tradicional Igreja da Penha, esta, muito conhecida por ser centro de peregrinação e um local de turismo religioso.
Créditos da Imagem: Ivo Korytowski
Inaugurado em 1992, o Centro Integrado de Educação Pública da Penha leva o nome do militante comunista e faz parte do modelo de escola concebido pelo educador Darcy Ribeiro (modelo em tempo integral, que possibilitasse, através de sua multiplicação, baixos custos e montagem rápida) e tem projeto arquitetônico assinado por Oscar Niemeyer.
Créditos da Imagem: Letícia Vieira
Fundado como parque itinerante em 1919, está instalado aos pés da Igreja da Penha desde a década de 60, época em que viveu seus “anos dourados”. Ainda possui letreiro de caracteres chineses e brinquedos em formato de dragão, símbolos da China, de onde também vem seu nome. Quase foi desativado nos anos 2000 por conta do abandono da região.
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A capela em louvor a Nossa Senhora da Penha foi construída no cume do rochedo por um português proprietário daquelas terras no ano de 1635, depois de um milagre alcançado. Como a devoção popular cresceu, a capela foi doada a uma Irmandade que pudesse mantê-la. Em 1728, foi organizada oficialmente a Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Penha, e construídos: o Cruzeiro, o Púlpito, o Coro e um Campanário com dois sinos. A Festa da Penha foi instituída oficialmente por D. João VI em 8 de setembro de 1816. Data de 1819 a inauguração da escadaria da Igreja da Penha, com 382 degraus feitos no granito por escravos, e que foram restaurados em 1913.
Créditos da Imagem: Alexandre Macieira
A construção da capela que daria origem ao Santuário da Penha está associada a uma lenda urbana que remonta ao século XVII. Em agradecimento por ter sido salvo de um ataque de cobra ao subir o penhasco, o proprietário daquelas terras, o capitão português Baltazar de Abreu Cardoso, mandou erguer uma igrejinha no alto do penhasco, a 69 metros acima do nível do mar. Naquela época, o caminho era feito pela pedra. A escadaria com 365 degraus esculpidos na rocha somente ficou pronta bem mais tarde, em 1819.
Houve um tempo, no início do século XX, que a Festa da Penha só perdia para o Carnaval como principal festa popular do Rio de Janeiro. A festa era o reduto do samba, apesar de seu caráter católico e de acontecer todo mês de outubro em comemoração à Natividade de Nossa Senhora. Dizem que foi graças a um padre abolicionista que a festa abriu espaço para a cultura afro-brasileira, para as barracas das famosas baianas da Cidade Nova (Tia Ciata entre elas) e para as rodas de capoeira, até virar ponto de encontro de sambistas como Ismael Silva, Donga, João da Bahiana, Heitor dos Prazeres, Pixinguinha, Caninha, Sinhô, Noel Rosa e Cartola – este último é autor de uma canção de devoção à festa.
Inaugurado em junho de 2012, o centro cultural homenageia em seu nome o intérprete e compositor da música popular brasileira Dicró. Cogerido pela Secretaria Municipal de Cultura e pelo Observatório de Favelas, já abrigou os festivais de cinema do Rio e de literatura Flip-Flupp – além de grandes atrações da música e do teatro, como O Teatro Mágico; Moska; Regina Duarte em Raimunda, Raimunda; e Fernanda Montenegro em Viver sem tempos mortos.
Endereço: Parque Ary Barroso – Penha (entrada pela Rua Flora Lobo)
Telefone: (21) 3486-7643
Horário de Funcionamento: Terça a Sexta a partir de 13h / Sábados, Domingos e Feriados a partir das 10h
Site: www.arenacariocadicro.org.br
Créditos da Imagem: www.rio.rj.gov.br
FECHADO DESDE 2016
Funcionou entre 2011 e 2016, num percurso de 3,5 quilômetros de extensão e 152 gôndolas, com capacidade para transportar oito passageiros cada. A viagem da primeira estação (Bonsucesso) à última (Palmeiras) tinha duração média de 16 minutos. A cobrança de tarifa era feita apenas na estação Bonsucesso, onde o sistema está integrado à rede ferroviária (ramal Saracuruna).
Créditos da Imagem: Daniel Marenco
Pequeno e aconchegante bistrô instalado no simpático bairro da Vila da Penha. Serve crepes com até três dos 35 recheios oferecidos na casa, como aspargos, camarão e palmito.
Endereço: Avenida Brás de Pina, 1399 – Penha
Telefone: (21) 3381-8087
Site: www.facebook.com/bistromesamis
Créditos da Imagem: www.facebook.com/bistromesamis