O Rolé Carioca por quem foi ao bairro de Laranjeiras
Por Rolé Carioca,
Todos os bairros cariocas têm uma história! É o que defende o economista de formação André Vaz Barbosa, que acompanha o #RoléCarioca desde a primeira edição do passeio, em 2013. Para este rolezeiro fiel, cada roteiro do Rolé apresenta, mês a mês, uma história diferente – o que o diferencia de outros passeios organizados no Rio: “Existe um preconceito que certos lugares não têm história. Mas existem muitos locais escondidos, que a gente passa e não vê, ou não tem noção do que é. A verdade é que tem muita atração em cada bairro: como começou a ser habitado, o modo que se desenvolveu, de onde veio seu nome, como e por que foi estabelecido”.
André teve motivos a mais para participar do #Rolé por Laranjeiras: reside no bairro desde 1979, quando se mudou de Minas Gerais para o Rio para completar sua formação acadêmica na Universidade Santa Úrsula e, como sócio-torcedor do Fluminense, considera a sede do clube especial mesmo pra quem não torce pelo time. Ele conta suas impressões sobre o trajeto organizado por sua vizinhança:
Como conheceu o Rolé Carioca?
Através de uma colega minha, que soube do primeiro Rolé (o da Urca, em 2013) e me chamou para acompanhá-la. Com isso, comecei a seguir vocês e chamar outros amigos para irem também. Fiz amizades no Rolé: a Mônica, a Ivone... tanta gente que nem dá pra mencionar todos. Hoje em dia, marcamos de se encontrar sempre antes dos passeios. Eu costumo ser o primeiro a chegar, pelo menos meia hora antes do horário marcado, rs. Já nos organizamos para o próximo Rolé, por Paquetá.
Antes do Rolé, você já tinha aprendido história dessa forma?
Já tinha participado de outro passeio histórico, o Roteiros Geográficos do Rio de Janeiro com o professor João Baptista, que é um pouco diferente do Rolé: sempre faz os mesmos roteiros e acaba não tendo mais novidades. No Rolé, cada mês é um local diferente, uma história diferente.
O que achou do Rolé por Laranjeiras?
O roteiro em Laranjeiras deve ser feito no máximo em 2h30, 3h. Teve alguns locais que não foram visitados, mas vocês colocam no site os pontos, o que é cada atração e dão as dicas de locais que ficaram fora e podem ser visitados depois. Eu consigo entender que o Rolé gostaria de entrar com a gente em certos lugares, mas não tem condição porque são 200/300 pessoas. O Fluminense, por exemplo, abriria para um grupo de 10/20 pessoas, porque o salão nobre é pequeno mesmo, não caberia todo mundo lá. Sou sócio e conheço o clube desde meus 16 anos, é um lugar bacana de conhecer independente do clube para que torce. Dos clubes cariocas, os únicos que têm sede antiga são o Fluminense e o Vasco. Lá dentro, tem uma exposição com muitas fotos, que mostram inclusive a abertura da rua Pinheiro Machado e como a pedreira onde fica a Universidade Santa Úrsula foi quebrada.
Foi surpreendido por alguma história, mesmo morando há tanto tempo no bairro?
Sempre tem um pouco mais de história! Já tinha noção da origem de algumas coisas, como o nome do Largo do Machado. Me surpreendi com a história sobre a Praça que os moradores de Laranjeiras chamam ‘do avião’ (em homenagem ao aviador italiano Carlo Del Prete). O bacana é que o Rolé é aberto para moradores que conhecem mais sobre o local contarem mais detalhes dali.
Na sua opinião, faltou algo? O que você acrescentaria?
O Rolé não passou longe das Casas Casadas. É um ponto especial de Laranjeiras, que infelizmente a Prefeitura tombou para fazer um monte de coisa e não fez nada, está parado. O Instituto Nacional dos Surdos estava de portas abertas durante a semana. Acho que perderam a oportunidade de mostrar para o público do Rolé o que é o INES e o estudo de LIBRAS, o quanto é importante para a integração dos surdos na nossa sociedade.