A proposta de visitar bens culturais da Grande Madureira e buscar a valorização do patrimônio existente no bairro acendeu o interesse da arquiteta Alyne Reis em dar um Rolé Carioca pelo bairro. Como pesquisadora de patrimônio cultural, Aline já tinha ouvido falar do Rolé mas não sabia detalhadamente como era. O convite pela chamada nas redes sociais foi decisivo para a estreia dela no projeto, junto com sua amiga Luanne Monteiro.
O número de participantes reunidos, de outros bairros e mesmo de lugares distantes como a zona sul, surpreendeu a arquiteta. “Não tinha noção da grandiosidade do Rolé. A quantidade de pessoas que foram até Madureira prestigiar o trabalho de vocês. Já trabalhei com visitas guiadas e é muito difícil juntar, num domingo de sol, esse número de pessoas interessadas”, observou Aline.
Terminado o passeio, Aline apontou um dos diferenciais do Rolé Carioca: “A maneira como foi abordada a questão do roteiro. Por exemplo, ao sair da quadra da Portela, seguir pela Rua Carolina Machado em vez de retornar pelo caminho mais óbvio, a Estrada do Portela. Outro ponto importante foi tratar a questão as edificações, os detalhes das construções e revestimentos das moradias e do comércio.”
O #RoléCarioca pelo Aterro do Flamengo foi o primeiro para pai e filha, José Mauro Pereira Fritz e Mariana. O intuito era fazer uma atividade que tivesse afinidade com a graduação de Mariana, que cursa história na UFF (Universidade Federal Fluminense). A estudante conta que não tem o costume de fazer passeios no domingo de manhã, mas foi convencida pela temática histórica. Além dos fatos e personagens destacados pelos professores do Rolé, o que mais chamou a atenção dos dois foi a arquitetura tão eclética do Flamengo.
- Como tiveram contato com o Rolé Carioca?
(Mauro) Uma amiga da minha esposa costuma vir sempre. É uma rolezeira, ela que indicou para a gente. Esse é nosso primeiro Rolé Carioca.
- Já fizeram outros Rolés ou passeios desse tipo?
(Mariana) Geralmente eles que fazem passeios no domingo de manhã, eu que não tenho esse costume. Me convenceram a vir no Rolé por ser um passeio histórico, rs
- E o que já sabiam ou foi novidade no Aterro do Flamengo?
(Mauro) Já vim muito aqui no Aterro, trabalhava aqui perto. Estava contando pra minha filha que a gente costumava marcar futebol nas quadras que têm aqui. Eu assisto, não jogo não, rs. Mas nunca tinha reparado direito nos prédios daqui. A história do Aterro eu conheço. Que o mar chegava ali até a rua, mas esses prédios... Por exemplo, eu sempre tinha ouvido falar do Castelinho do Flamengo, mas não tinha ideia onde era e já passei tantas vezes por aqui...
(Mariana) O que mais me pegou foi a história arquitetônica do Flamengo – como cada estrutura é diferente e representa uma época diferente. Não conhecia a história daqui, não sabia que o mar chegava até próximo aos prédios. Quase não passo pelo Flamengo, se vim 1 ou 2 vezes foi muito. Então não conhecia quase nada. Também achei interessante a questão da verticalização das moradias, como os prédios viraram um ‘boom’ no Rio de Janeiro. Pra mim sempre foi uma questão urbanística, porque é mais fácil colocar mais gente morando num edifício que em casas.