'Nada melhor do que historiadores contando detalhes pitorescos da cidade'
Por Rolé Carioca,
O primeiro #RoléCarioca de 2019 reuniu mais de 500 participantes interessados em conhecer um outro lado da cidade, em Paquetá. Em meio a tanta gente, um grupo de residentes do Rio, formado por nascidos em Minas Gerais, Bahia e São Paulo, se organizou para fazerem juntos a travessia até a ilha. Gustavo Penna, Daniela Jesus e Eliz Fernandes participaram pela primeira vez do projeto, seguindo as histórias contadas pelos professores-guias. Ao lado das amigas rolezeiras Denise Souza, Larissa Victorio e Ariadne Morais, se surpreenderam com o ‘mundo paralelo’ que existe em Paquetá. “A galera que mora aqui tem uma calmaria no olhar, uma serenidade própria do interior. Nem parece um bairro do Rio de Janeiro!”, observou a soteropolitana Daniela.
Parte do grupo já conhecia a região, mas viu no Rolé uma possibilidade de explorar melhor um espaço urbano tão diferente da cidade. “Me interessou por ser uma proposta de conhecer Paquetá através da contação de histórias. Fiquei muito satisfeita com a introdução histórica. Das outras vezes que vim, a turismo, o enfoque era na beleza e no visual do lugar. Agora foi diferente - foi melhor, na verdade. Com a história por trás e conhecendo o bairro de verdade”, afirmou a mineira Denise Souza.
Para a paulista Ariadne Morais, outro ponto pertinente do passeio foi a desconstrução de paradigmas, caso da explicação sobre as diversas tribos e nações indígenas já estabelecidas aqui. “Isso é muito legal, principalmente para os mais jovens, não terem a ideia de que existiu apenas um “índio”, ou grupo indígena, de um lado da história.”
Na opinião da mineira Eliz Fernandes, o Rolé Carioca desenvolve algo precioso que é entender a cidade: “Não só um turismo visual, mas entender a história de onde tudo começou. Criando uma identificação também”. Em sua primeira travessia a Paquetá, Daniela, que é natural de Salvador, guardou a indicação feita pelos condutores ainda na balsa, sobre conhecer um outro mundo. “É um mundo paralelo ao Rio, um bairro não tão movimentado assim, carregado de história. Nada melhor do que historiadores contando os detalhes pitorescos da cidade.”
Gustavo Penna também aponta como essencial a presença dos historiadores no passeio. “Poderia ter vindo aqui e só visto a ilha de Paquetá. Mas com o relato deles, quando contam as histórias daqui, tem o folhetinho, nada passa desapercebido. Apresentam uma essência muito mais bonita do lugar”, disse.
Um retorno a Paquetá já está sendo planejado. "Vou voltar, com certeza, e alugar uma bike para entrar e sair de todas as ruas de Paquetá. Sei que o Rolé é um passeio com paradas programadas, por isso voltaria para conhecer e me familiarizar melhor com toda a ilha", programa Daniela. O desejo de Ariadne seria voltar para um mergulho. "Sinto falta disso, amo água e adoraria nadar aqui, é uma ilha! Porém, em boa parte dela, não ser possível mergulhar porque a água está imprópria... é triste. Não é só uma questão de Paquetá, é uma questão estrutural brasileira", ponderou a paulista.